sexta-feira, 15 de maio de 2015

Justiça adia conciliação entre AFDM e município de Natal

Uma nova tentativa de conciliação entre a Associação dos Amigos e Familiares de Doentes Mentais do Rio Grande do Norte (AFDM-RN) e o município de Natal deve ser feita no próximo dia 21 de maio, na Capital. Nesta terça-feira (12/05), foi realizada uma audiência no Fórum Miguel Seabra, que contou com a participação de representantes das duas partes envolvidas, familiares dos pacientes internados no Hospital e da promotora de Justiça Kalina Correia, mas não houve definição sobre o tema.
A entidade entrou na justiça pedindo o repasse imediato das verbas mensais do Sistema Único de Saúde (SUS) para a complementação das diárias dos leitos públicos do Hospital Severino Lopes, referência no Estado em assistência psiquiátrica e que corre o risco de fechar suas portas, deixando milhares de pacientes desassistidos em todo o RN. Conforme o presidente da AFDM-RN, Ailton Torres, a promotora solicitou uma planilha de dados atualizada dos gastos confirmados pela direção da unidade hospitalar, que deverá ser apresentada na segunda-feira, dia 18, durante a audiência agendada na 48ª Promotoria de Justiça, situada à Avenida Floriano Peixoto, Cidade Alta, às 9h.
A direção da AFDM-RN decidiu entrar com a ação na justiça diante das ameaças constantes do fechamento do atendimento pelo SUS no Hospital Severino Lopes. A associação tem acompanhado toda a luta da instituição pela sobrevivência e está ciente que há um constante desequilíbrio econômico-financeiro com sérias dificuldades em manter o funcionamento, devido aos baixos valores de remuneração pagos pelo SUS, estando, desde 2009, a diária hospitalar em R$ 43,73.

São constantes as ameaças de fechamento e os usuários e familiares se sentem impotentes, desamparados e extremamente preocupados com essa possibilidade. De acordo com o DATASUS, entre os anos de 2001 e 2006, um quarto dos leitos psiquiátricos do país foi fechado, sem que fossem criados serviços substitutos suficientes. A falta de tratamento adequado é que agrava e torna a pessoa inválida e muitas vezes leva a morte do indivíduo, atingindo também a família e a comunidade. No mesmo período, houve um aumento de 41% no total de mortes de doentes mentais.

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