Hospital expõe artesanato de pacientes com transtornos mentais
Produção é incentivada através de oficinas
Por Felipe Araújo
Com balões coloridos e uma mesa cheia de artesanato feito com
material reciclável, o estande do Hospital Psiquiátrico Professor
Severino Lopes na Cientec traz para discussão os transtornos mentais. A
instituição, que há mais de 50 anos trabalha com pacientes que sofrem de
esquizofrenia, transtorno de bipolaridade e dependência química,
apresenta ao evento uma coleção de objetos artísticos feitos pelos
próprios pacientes durante oficinas da entidade. Papai Noel feito de
pote de sorvete, porta canetas de pequenos rolos de papel, árvores de
natal de tampas metálicas de garrafa e um porta-pulseira em forma de
árvore são apenas algumas das produções exibidas.
De acordo com a integrante do grupo de oficinas do hospital, Noraide
Maria de Araújo, as atividades contribuem consideravelmente para a
melhora dos pacientes. “O pessoal relaxa fazendo essa arte. Esquecem de
assuntos como medicamentos e altas e acabam descobrindo algo que nunca
pensaram em fazer: a arte. E isso ajuda muito para a melhora do
paciente”, relata Noraide, que trabalha há 33 anos na instituição.
Além de artesanato, o Severino Lopes oferece outras atividades.
Exercícios físicos como caminhadas, exibição de filmes e experiências
com música e teatro fazem parte da rotina do tratamento. De acordo com a
assessora de comunicação da unidade hospitalar, Elis Rocha, a
metodologia usada no processo se apóia na humanização. “Nosso trabalho
vai além dos medicamentos. Queremos tratar o paciente como um verdadeiro
ser humano, tratando seu corpo, sua mente e lidando com sua
personalidade”, explica ela.
Ela informa ainda que a família também está inclusa no processo. “A
família deve estar preparada para receber bem o paciente e não tratá-lo
com estranheza ou preconceito. Por isso, é importante fazermos esse
apoio psicológico com eles e esclarecer que esse tipo de problema existe
tratamento e cura. Na verdade, isso deve estar presente em todas as
camadas da sociedade”, completa.
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