Se você está entre as pessoas insatisfeitas com seu peso e planeja começar um tratamento para emagrecer, é bom ter em mente que é preciso mais do que dietas, consultas médicas, exercícios e alimentação balanceada para perder peso de forma saudável e responsável. Quem está disposto a ficar mais magro deve, também, organizar as finanças para que as despesas decorrentes do tratamento não prejudiquem o orçamento familiar. Afinal, investir em saúde não tem preço, mas os custos envolvidos no processo podem desequilibrar as contas e até mesmo gerar dívidas. “Quem está emagrecendo deve interpretar as despesas extras como um investimento, além de identificar a relação custo-benefício do processo, já que se trata de saúde”, diz Rafael Claro, nutricionista da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
Foi o caso da massoterapeuta Rosângela Souza Barbieri. Pesando quase 100 quilos após o nascimento de sua filha e insatisfeita com sua aparência, ela decidiu investir em um tratamento para emagrecer, mesmo sabendo que isso exigiria uma reorganização das finanças da família. O primeiro passo foi buscar orientação médica. Para tanto, consultou um endocrinologista, cujas consultas eram cobertas pelo plano de saúde de seu marido, além de quatro nutricionistas. Rosângela também entrou na academia e mudou radicalmente a alimentação - antes repleta de doces, massas e frituras.
Nas contas feitas pela massoterapeuta, a alteração dos hábitos alimentares da família foi o que mais pesou no bolso. Ao escolher produtos com baixas calorias como pão integral, açúcar mascavo, leite desnatado e aveia, ela percebeu um aumento de R$ 100 no tíquete médio de suas compras mensais. “Durante o tratamento aproveitei as dicas dos especialistas e li muito sobre o tema. Como não segui um cardápio muito restritivo, substituí os produtos calóricos aos poucos, sempre buscando novas receitas”, afirma.
Segundo Claro, escolher e cozinhar o próprio alimento são boas alternativas para quem deseja reeducar a alimentação e manter sob controle o orçamento. “Ao experimentar novos sabores é possível descobrir alternativas mais baratas e manter uma dieta adequada. O importante é entender o que se está consumindo e, caso seja possível, evitar alimentos processados já que não podemos controlar sua composição”, afirma.
Como o processo de emagrecimento envolve a ingestão de frutas, produtos integrais e sucos naturais, alimentos cujos valores podem ser elevados, é preciso buscar alternativas na hora de comprá-los. “As pessoas devem fazer opções inteligentes para suas alimentações, como escolher frutas da época e buscar a variedade para diminuir os gastos. Também é importante fazer um bom planejamento para que os alimentos durem mais, já que muitos são perecíveis, e evitar o desperdício”, diz Claro.
Equilíbrio financeiro
Outra maneira encontrada por Rosângela para diminuir o impacto do tratamento de perda de peso em seu orçamento foi reduzir as compras de vestuário. “Ao decidir investir em saúde e no meu bem-estar, estava consciente de que teria que fazer algum sacrifício para acomodar os novos gastos. A alternativa que encontrei foi deixar de lado as idas ao shopping, até porque não faria sentido seguir comprando roupas tamanho GG ”, diz.Diminuir gastos supérfluos é essencial para quem está de regime e deseja manter o equilíbrio financeiro, segundo o consultor financeiro Mauro Calil. “Nestas ocasiões reduzir o número de festas e cafés diários, por exemplo, ajuda muito. Também é preciso identificar onde conseguir o dinheiro que faz falta e que pode estar sendo gasto em um happy hour. O ideal é comprar menos e reorganizar as finanças”, diz.
Rosângela calcula que tenha gasto aproximadamente R$ 8 mil em um ano de tratamento. Mas, o resultado valeu o esforço, afirma a massoterapeuta. Após ter perdido 30 quilos, Rosângela, que hoje participa de circuitos de corridas e não pensa em abandonar os hábitos saudáveis recém-adquiridos, diz que ganhou em qualidade de vida. “Minha família também leva uma vida mais saudável, o que compensou o aumento das despesas”.
Boas escolhas
Substituir alimentos para conseguir uma alimentação mais saudável também foi uma das estratégias aditadas pela esteticista Erika Cristina Paoli para conquistar o peso ideal. Ao chegar aos 100 quilos, Erika resolveu fazer dieta e eliminar refrigerantes, doces e alimentos gordurosos de suas refeições. “Tinha uma alimentação muito calórica, comia lanches e pizzas toda semana. Com isso, gastava cerca de R$ 200 por mês, além do que comia em casa”, diz.O dinheiro economizado por Erika foi usado em outras etapas do tratamento. Durante o processo de emagrecimento, que durou dois anos e meio, ela apostou ainda em sessões de massagem e drenagem linfática. Além disso, começou a fazer exercícios na academia. No total, foram gastos R$ 1,5 mil. “Para custear estas novas despesas recebi a ajuda do meu pai, já que não teria como bancar o tratamento sozinha”, afirma. Apesar das dificuldades, a esteticista alcançou os 63,5 quilos almejados e hoje mantém sua dieta balanceada.
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