sexta-feira, 26 de abril de 2019

Perfil dos Suicidas de Aracaju e a Concepção dos Enlutados sobre a Morte



O presente artigo tem como objetivo identificar o perfil clínico e sociodemográfico dos suicidas de 2013 a 2017 em Aracaju e reconhecer a visão dos familiares acerca dos fatores associados ao ato. 
Trata-se de um estudo exploratório, transversal e quantitativo, realizado na residência dos familiares dos suicidas do período de 2013 a 2017 de Aracaju/SE. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados um questionário autoaplicável, construído pelas pesquisadoras, com questões referentes à história clínica e sociodemográfica do suicida e acerca da percepção do familiar sobre o caso. Além disso, utilizou-se informações dos atestados de óbito do período. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa e participaram 37 familiares. 
Constatou-se predomínio de suicida jovem, homem, católico, casado, heterossexual, com ensino fundamental ou médio, autônomo, sem diagnóstico de depressão ou outra doença psiquiátrica. 
Os familiares associaram o ato principalmente a problemas amorosos e doenças psiquiátricas. A maioria dos suicidas não tinha tentativas prévias, nem deixou indícios sobre sua intenção de morte. O método mais utilizado foi o enforcamento. 
Os resultados apontam um perfil de suicidas similar ao relatado em outros estudos no Brasil e no mundo. O delineamento desse estudo pode fornecer subsídios para implementação de medidas preventivas.
Para a leitura completa do artigo. Clique aqui!

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Esquizofrenia





Dr. Drauzio Varela entrevista o Dr. Wagner Gattaz que é médico psiquiatra e professor de psiquiatria no Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo.


A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica endógena, que se caracteriza pela perda do contato com a realidade. A pessoa pode ficar fechada em si mesma, com o olhar perdido, indiferente a tudo o que se passa ao redor ou, os exemplos mais clássicos, ter alucinações e delírios. Ela ouve vozes que ninguém mais escuta e imagina estar sendo vítima de um complô diabólico tramado com o firme propósito de destruí-la. Não há argumento nem bom senso que a convença do contrário.
Antigamente, esses indivíduos eram colocados em sanatórios para loucos, porque pouco se sabia a respeito da doença. No entanto, nas últimas décadas, houve grande avanço no estudo e tratamento da esquizofrenia que, quanto mais precocemente for tratada, menos danos trará aos doentes.
PRINCIPAIS SINTOMAS
Drauzio – A esquizofrenia é uma doença conhecida há quanto tempo?
Wagner Gattaz – Há alguns milênios eram descritos casos de psicose que, segundo os critérios atuais, poderiam ser classificados como esquizofrenia. Por isso, dizemos que a esquizofrenia é uma doença própria da natureza humana e que sempre existiu, pelo menos é o que provam descrições históricas muito antigas.
Drauzio – Quais são seus principais sintomas?
Wagner Gattaz – Grosso modo, há dois tipos de sintomas: os produtivos e os negativos. Os sintomas produtivos são, basicamente, os delírios e as alucinações. O delírio se caracteriza por uma visão distorcida da realidade. O mais comum, na esquizofrenia, é o delírio persecutório. O indivíduo acredita que está sendo perseguido e observado por pessoas que tramam alguma coisa contra ele. Imagina, por exemplo, que instalaram câmeras de vídeo em sua casa para descobrirem o que faz a fim de prejudicá-lo.
As alucinações caracterizam-se por uma percepção que ocorre independentemente de um estímulo externo. Por exemplo: o doente escuta vozes, em geral, as vozes dos perseguidores, que dão ordens e comentam o que ele faz. São vozes imperativas que podem levá-lo ao suicídio, mandando que pule de um prédio ou de uma ponte.
Delírio e alucinações são sintomas produtivos que respondem mais rapidamente ao tratamento. No outro extremo, estão os sintomas negativos da doença, mais resistentes ao tratamento, e que se caracterizam por diminuição dos impulsos e da vontade e por achatamento afetivo. Há a perda da capacidade de entrar em ressonância com o ambiente, de sentir alegria ou tristeza condizentes com a situação externa.
Drauzio – Cite exemplo de um caso que você encontrou na clínica.
Wagner Gattaz – Vou citar o exemplo de um caso de esquizofrenia do tipo paranoide que ocorreu ainda no tempo da Guerra Fria. O paciente tinha convicção absoluta de que a energia de seus pensamentos estava sendo roubada por um satélite russo e era transformada em energia bélica para destruir os satélites americanos.
Drauzio – O paciente considera o que sente absolutamente lógico e real?
Wagner Gattaz – Existe uma lógica perfeita dentro do delírio, só que ela não corresponde à realidade. Uma das características do delírio, aliás a que o diferencia do erro, é que não se consegue removê-lo com contra-argumentação lógica. A convicção é absoluta e tentar dissuadi-lo, é inútil. Ouvir – “Imagine, você não está sendo perseguido. Você está imaginando coisas” -, basta para acreditar que está diante de mais um de seus perseguidores, de alguém que faz parte do complô armado para destruí-lo.
SINTOMAS NEGATIVOS
Drauzio – Como transcorre o dia a dia de um paciente com sintomas negativos?
Wagner Gattaz – Na verdade, 80% das esquizofrenias começam com os sintomas negativos. Delírio e alucinação chamam mais a atenção. Já os sintomas negativos ocorrem mais no íntimo das pessoas e causam menos impacto nos outros. É o caso do indivíduo que, certo dia, não vai trabalhar, não avisa ninguém e passa o dia todo deitado, tomando café e fumando. A família percebe o olhar distante, como se estivesse em outro mundo. Ele não se importa com o que acontece ao redor, não cuida da higiene pessoal nem se alimenta direito. Geralmente, esses sintomas marcam o começo da doença, a fase chamada tremapsicótico, marcada por tensão e ansiedade muito grande. A pessoa sente que algo está acontecendo, mas não sabe dizer o que é.
Drauzio – A família percebe que ele está diferente e não se relaciona com os outros como fazia antes. O paciente nota essas mudanças?
Wagner Gattaz – Ele percebe que algo está acontecendo a seu redor, mas acha que são coisas que os outros estão armando contra ele. Isso é característico da esquizofrenia. O paciente se considera uma vítima das circunstâncias externas. Na verdade, nesse momento, não tem a consciência crítica de que está adoecendo.
EVOLUÇÃO DO PROCESSO ESQUIZOFRÊNICO
Drauzio – Você diz que, em geral, a doença começa por um certo alheamento em relação às circunstâncias que rodeiam o paciente e que o quadro de alucinações e delírios surge mais tarde. Como se processa a evolução da doença?
Wagner Gattaz – Varia de indivíduo para indivíduo. O processo esquizofrênico pode levar anos. Como já mencionei, na fase inicial, a sensação de que algo está acontecendo, mas o paciente não sabe o quê, é caracterizada por muita tensão e ansiedade. Em determinado momento, porém, ele fala – “Estou sem forças, porque estão tramando algo contra mim e colocaram veneno na minha comida”.  Essa explicação delirante é suficiente para diminuir o nível de tensão e ansiedade. É como se a pessoa tivesse uma dor de causa desconhecida e, de repente, chegasse a um diagnóstico que, de algum modo, a tranquilizasse.
Drauzio – Esses sintomas, tanto os produtivos quanto os negativos, comprometem outras áreas da cognição. Eles permitem que a pessoa continue estudando, aprendendo coisas novas, exercendo suas funções no trabalho?
Wagner Gattaz – Durante um certo tempo sim, enquanto a vontade e os impulsos estiverem preservados. A partir do momento em que são diminuídos e achatados, a atividade do dia a dia fica seriamente prejudicada. Num estágio mais avançado da doença, ocorre prejuízo cognitivo e de funções como concentração e memória.
REAÇÃO DOS FAMLIARES E CONSUMO DE DROGAS
Drauzio – Como costumam reagir os familiares quando percebem que a pessoa não vai trabalhar, está esquisita e menos afetuosa?
Wagner Gattaz – No início, a reação é de perplexidade. A família não encontra explicações para a mudança de comportamento e uma das primeiras perguntas que faz é se a pessoa não estaria consumindo drogas. Quando começam as alucinações, então, aumenta a suspeita de que isso possa realmente estar acontecendo.
Na verdade, o uso de drogas não é raro na esquizofrenia, não como causa, mas como consequência. Sabemos que, no início, algumas drogas exercem certo efeito sedativo, tranquilizante, o que nas fases de ansiedade e tensão pode melhorar o humor do paciente.
Drauzio – Qual a droga procurada com mais freqüência? Existe alguma que acelera o processo de instalação da esquizofrenia?
Wagner Gattaz – A mais procurada é o álcool. A maconha também é usada, porém com menos frequência. Consumo de drogas mais pesadas costuma ser raro.
Bom lembrar que as anfetaminas, popularmente conhecidas de bolinhas, quando tomadas em excesso, podem provocar psicoses clinicamente idênticas à esquizofrenia. Clinicamente, é impossível diferenciá-las. Aliás, o melhor modelo artificial de uma psicose esquizofrênica é o causado pelas anfetaminas. A cocaína também pode provocar quadros psicóticos semelhantes, mas não tão característicos quanto aos das anfetaminas.
Drauzio – Sabe-se que a cocaína provoca delírios persecutórios. O álcool pode disparar processos semelhantes? Tive um paciente que bebia muito e acordou no meio da noite ouvindo uma voz que o mandava matar a mulher. Ficou tão apavorado, que saiu a andar pelas ruas. Quando voltou para casa pediu à mulher que o levasse para o hospital, porque algo de errado estava acontecendo com ele. 
Wagner Gattaz – O álcool pode desencadear paranoias. A grande diferença entre a paranoia da esquizofrenia e a alcoólica reside no fato de que, neste último caso, os pacientes reconhecem a anormalidade da situação e pedem ajuda. Isso não ocorre pelo menos no primeiro surto esquizofrênico. Com o tempo, entretanto, alguns pacientes aprendem a detectar os chamados pródomos da doença, ou seja, as manifestações que antecedem o desencadear da psicose. Esses ligam para o médico, pedem ajuda, querem rever a medicação. Infelizmente, não mais do que 20% dos pacientes com esquizofrenia têm esse insight, isto é, a capacidade de perceber a crise psicótica está voltando.
MANIFESTAÇÃO NOS DOIS GÊNEROS
Drauzio – Em geral, a esquizofrenia se instala em que faixa de idade?
Wagner Gattaz – A esquizofrenia se instala em pessoas jovens. O pico da instalação se dá, no homem, por volta dos 25 anos de idade. A mulher parece estar um pouco mais protegida. Nela a doença ocorre mais tarde, por volta dos 29/30 anos. A incidência, porém, é igual nos dois sexos. A proporção é de um homem para cada mulher com a doença.
Drauzio – Nas mulheres, a evolução é mais lenta e menos grave do que nos homens?
Wagner Gattaz – É mais benigna na mulher. Mais benigna provavelmente por dois fatores: a instalação da doença ocorre mais tarde e elas se casam mais cedo. Assim, antes da manifestação da psicose, a mulher tem a possibilidade de construir uma rede social e familiar que vai ajudá-la no decorrer da doença. Coisas simples como tomar medicação de forma adequada e procurar o médico precocemente fazem muita diferença.
Por casar-se mais tarde e a doença instalar-se mais cedo, frequentemente o homem não construiu ainda uma estrutura familiar que lhe dê respaldo. Outro motivo, ainda objeto de pesquisa, que torna a doença mais amena na mulher, é que os hormônios sexuais femininos, os estrógenos principalmente, têm na célula nervosa um efeito semelhante ao dos medicamentos antipsicóticos. É como se a mulher possuísse um antipsicótico endógeno protegendo-a contra as manifestações da doença.
Drauzio – Isso justificaria a instalação mais tardia e a evolução mais benigna da doença na mulher?
Wagner Gattaz – Sem dúvida. É raro o homem adoecer pela primeira vez depois dos 40 anos de idade. No entanto, cerca de 10% das mulheres têm o primeiro surto psicótico esquizofrênico depois dos 45 anos, época em que ocorre a menopausa e cai a produção de estrógenos.
ÍNDICE DE PREVALÊNCIA
Drauzio – Qual o índice de prevalência da esquizofrenia na população de modo geral?
Wagner Gattaz – A esquizofrenia é uma doença frequente e universal que incide em 1% da população. Ocorre em todos os povos, etnias e culturas. Existem estudos comparativos indicando que ela se manifesta igualmente em todas as classes socioeconômicas e nos países ricos e pobres. Isso reforça a ideia de que a esquizofrenia é uma doença própria da condição humana e independe de fatores externos. Em cada 100 mil habitantes, surgem de 30 a 50 casos novos por ano.  Neste momento, 5% da população mundial têm esquizofrenia. Portanto, em termos de Brasil, isso significa que 800 mil habitantes são portadores dessa doença.
FATORES GENÉTICOS E AMBIENTAIS
Drauzio – O fato de a incidência da esquizofrenia ser mais ou menos igual em todas as sociedades faz supor que exista uma base neurobioquímica que justifique seu aparecimento.
Wagner Gattaz – Existe um componente genético importante. O risco sobe para 13%, se um parente de primeiro grau for portador da doença. Quanto mais próximo o grau de parentesco, maior o risco, chegando ao máximo em gêmeos monozigóticos. Se um deles tem esquizofrenia, a possibilidade de o outro desenvolver o quadro é de 50%.
Drauzio – Como não são todos da mesma família que desenvolvem o quadro, é possível pensar que fatores ambientais colaborem para o aparecimento da doença?
Wagner Gattaz – Estudos genéticos são o melhor argumento de que nem tudo é genético. Existe uma contribuição ambiental. Pena que até hoje não tenhamos conseguido isolar um único fator que aumente com certeza o risco.
Nesse sentido, a esquizofrenia pode ser comparada a muitas outras doenças em que não existem 100% de penetrância genética. É necessário haver uma interação de fatores gerais que vão desde o nascimento (há um número maior de esquizofrênicos nascidos nos meses mais frios) até fatores dietéticos, mas sem uma resposta conclusiva. Sabe-se que existe uma gama de fatores que causam ou impedem o desencadeamento da doença.
EVOLUÇÃO DO TRATAMENTO
Drauzio – No passado, o tratamento da esquizofrenia era precário. Hoje, houve um grande avanço farmacológico nessa área. Qual a melhor estratégia para tratar uma pessoa com essa doença?
Wagner Gattaz – Realmente, o progresso foi muito grande. Na verdade, começou no início dos anos 1950 com a introdução do primeiro medicamento antipsicótico. Ele provocou um esvaziamento dos hospitais psiquiátricos que eram usados como asilos para esses pacientes no passado. De lá para cá, esses medicamentos evoluíram muito. Hoje existem medicamentos com poucos efeitos colaterais que atuam nos sintomas negativos da doença.
Essa é a questão-chave. Como foi dito, o paciente com psicose esquizofrênica nem sempre tem consciência crítica de seu estado mórbido. Por que iria, então, tomar remédios para o resto da vida, ainda mais se têm efeitos adversos? Por isso, a principal causa de recaída da doença era o abandono do tratamento. Com o advento de novos medicamentos que são mais bem tolerados, aumentou a aderência do paciente ao tratamento e sua continuidade mesmo depois que desaparecem os sintomas.
Além disso, como qualquer doença na medicina, quanto mais precocemente começar o tratamento, melhor. Não só porque o início precoce impede que a doença provoque danos mais sensíveis na personalidade do paciente, mas também evita que ele abandone sua rotina de vida, os estudos, sua atividade profissional, preservando a estrutura socioeconômica que melhora muito o prognóstico.
Existem estudos denominados “Intervenção Precoce” que defendem o início do tratamento antes da manifestação completa da doença. Um deles está em andamento no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas. Quando se detecta alto risco para a psicose, e existem critérios para determinar isso, prescreve-se o tratamento precoce a fim de evitar o desenvolvimento completo da doença.
Drauzio – Qual é a eficácia do tratamento?
Wagner Gattaz – O tratamento tem boa eficácia para fazer regredir os sintomas negativos. Em muitos casos de adultos jovens e adolescentes, é possível conseguir que eles não interrompam suas atividades e mantenham boa reintegração social, o que evita muitos danos causados pela esquizofrenia.
Drauzio – Esses medicamentos ainda produzem alguns efeitos colaterais. Quais são os mais frequentes?
Wagner Gattaz – A primeira geração de medicamentos, que continuam sendo usados inclusive porque são mais baratos, atua bloqueando o sistema cerebral da dopamina. Esse bloqueio simula os sintomas da doença de Parkinson, uma patologia causada exatamente pela falta de dopamina no cérebro, e ocorrem problemas motores, tremores, torcicolos violentos e rigidez muscular.
Esses efeitos colaterais mais graves da primeira geração foram amplamente abolidos com os medicamentos introduzidos na última década. São mais caros, embora não custem muito se comparados com outros métodos terapêuticos na medicina. Alguns deles provocam ganho de peso, que pode ser controlado com a troca do remédio.
Drauzio – A administração desses medicamentos é cômoda para os pacientes?
Wagner Gattaz – A administração é cômoda, uma dose tomada por dia. Atualmente, estão sendo introduzidos antipsicóticos injetáveis, isto é, uma injeção que o paciente toma a cada duas ou quatro semanas. Isso facilita muito o tratamento e sua manutenção.
ORIENTAÇÃO AOS FAMILIARES E PACIENTES
Drauzio – Como devem ser orientados os familiares para lidar com os doentes?
Wagner Gattaz – A primeira medida é esclarecer a família sobre as características da doença. Ela precisa entender que, se por acaso o paciente teve um surto de nervosismo ou agressividade (o que é raro em esquizofrenia), não se trata de mau caratismo ou maldade. Ele tem uma doença orgânica como qualquer outra, uma doença neuroquímica da qual é muito mais vítima do que agente malfeitor.
Essa informação ajuda a família a compreender melhor o problema e as necessidades do doente. Em um terço dos casos, mesmo a psicose desaparecendo, fica uma pequena sintomatologia residual. A pessoa não volta mais a ser a mesma. Permanece a diminuição dos impulsos e ela não consegue mais dar conta do que fazia antes. Por isso, muitas vezes, é preciso baixar as expectativas em relação ao portador de esquizofrenia. Esse é um fator que pode até ser medido em questionários conhecidos como “Emoções Expressas da Família”. Trabalhos mostram que, quando se reduz a pressão familiar, melhora o prognóstico e diminui o número de recaídas.
Drauzio – Além da medicação, o que você recomenda aos doentes quanto ao estilo de vida?
Wagner Gattaz – Passado o surto agudo, os pacientes podem beneficiar-se participando de diferentes programas que vão ajudá-lo a reintegrar-se na sociedade. São programas que incluem desde terapia cognitiva específica para transtornos esquizofrênicos a fim de ensiná-los a  lidar com os sintomas e a doença, até um treinamento de profissionalização para aqueles que não conseguem retomar as atividades que exerciam antes ou treinamento em oficina abrigada para ajudá-lo a reintegrar-se na sociedade. O tratamento ideal é sempre o que proporciona melhor reintegração social do paciente.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Whindersson Nunes preocupa fãs com desabafo e dá sinais de depressão

Angustiado, youtuber contou que não tem tanta vontade de viver e destacou medo de decepcionar as pessoas. Casado com a cantora Luísa Sonza, o humorista citou a importância da mulher e disse que sua única felicidade é subir no palco. Whindersson Nunes, no entanto, afirmou que nunca pensou em tirar a vida e entregou que quer fazer terapia. 'Eu quero ajuda e quero viver', falou no Twitter

Whindersson Nunes deixou os fãs preocupados nesta sexta-feira (12). Casado há um ano com a cantora Luísa Sonza, o humorista publicou um desabafo no Twitter e deu sinais de depressão. "Eu queria conversar com meus fãs das antigas, com as pessoas que por algum motivo gostam de mim, sobre o que está acontecendo comigo, eu tive que tomar muita coragem para vir aqui. Mas eu apesar de tudo de bom que vem acontecendo comigo, com tudo que já conquistei, eu me sinto há alguns anos triste. Eu sinto um angústia todos os dias, todos os dias, algumas risadas, algumas brincadeiras e depois lá estou eu de novo com esse sentimento ruim. Me sinto mal por não poder me ajudar, mesmo eu às vezes ajudando alguém, eu procuro ajuda nos amigos, na família, mas eu me sinto tão triste, tão triste", iniciou o youtuber mais famoso do Brasil.

OUTUBER EXPÕE SENTIMENTOS NA WEB
Apesar do medo de decepcionar as pessoas, Whindersson nunca quis tirar a própria vida. Ele também ressaltou a importância de Luísa, com quem curtiu viagem para o exterior. "Eu sempre fui o cara que achou que não importa o que acontece com a vida do artista, os fãs são a prioridade, que foi nós que pedimos essa vida. E eu fico com tanto medo tanto medo de decepcionar que fico preso em mim mesmo. Por favor, me perdoe por falar isso, por favor, eu amo vocês demais, demais mesmo, foda-se o dinheiro, os números, mas eu não sinto tanta vontade de viver, me desculpe, eu precisava falar para alguém a não ser a minha esposa que é incrível. Nunca quis tirar a minha vida, nunca, nunca, me perdoe por dizer isso, por favor não me entenda mal, por favor. Eu nunca quis decepcionar minha família, nem vocês, nem minha esposa que tem sido minha rocha, a pessoa mais incrível que eu já conheci. Eu vivo rodeado de abutres, urubus, cada um querendo a sua fatia do bolo, e ver tantas pessoas ruins me deixa deslocado, me questionando se eu quebro errado em tentar nunca decepcionar", falou o comediante, que passou por uma transformação no visual e emagreceu 28 quilos.

HUMORISTA VAI BUSCAR AJUDA PARA SE TRATAR
Em seguida, Whindersson pediu desculpa para os seguidores pela sequência de tuítes. "A única coisa que me deixa feliz é subir no palco, porque os sorrisos para mim me parecem esperança que de felicidade existe. É tão ruim ficar assim, porque eu já estive lá uma vez, não queria voltar pra lá porque é gelado e sem cor, e eu amo sorrir. Quando eu subo no palco eu me sinto em um lugar bom, é luz, é felicidade, estamos todos ali por um propósito maior que é a felicidade. Meu show é a minha arte, é como um quadro pra um pintor, uma música pra uma cantora, algo que eu fiz e deu certo. Mas fora dali eu trocaria qualquer quarto chique de hotel por tomar um café com um amigo. Me desculpem se eu decepcionei algum de vocês, não me entendam mal por favor, eu quero fazer terapia, eu quero ajuda e quero viver. Conhecer tudo que essa terra tem e contar pra vocês, no palco. Amo vocês", concluiu.

(Por Patrícia Dias)

terça-feira, 9 de abril de 2019

Dia de enfrentamento à psicofobia é marcado por caminhada nesta sexta(12)

Você já ouviu falar de psicofobia? Apesar de ser um termo utilizado há pouco tempo, trata-se de uma prática bastante comum que é a discriminação e o preconceito voltado para portadores de transtornos e deficiências mentais. Dada a importância da discussão do assunto, que causa sofrimento numa boa parcela da população, e a necessidade de chamar a atenção para o problema, no dia 12 de abril, foi instituído o dia Nacional de Enfrentamento à Psicofobia.

Procurando sensibilizar e mobilizar a sociedade, em Natal, o Hospital Psiquiátrico Professor Severino Lopes(HPPSL) promove caminhada na manhã desta sexta-feira(12). A caminhada se inicia com saída do HPPSL, localizado na Av. Romualdo Galvão ás 9h, com destino ao Parque das Dunas, na Av. Alexandrinho de Alencar. Durante o evento, os participantes serão acompanhados por um carro de som, que ao longo do caminho irá transmitir dados sobre o dia Nacional de Enfrentamento à psicofobia e suas lutas.

Para enfrentar a Psicofobia é preciso conscientizar a população e divulgar informações corretas sobre a doença mental, seus sintomas e tratamento. 

No Parque das Dunas também serão desenvolvidas atividades terapêuticas, como alongamento e relaxamento, contando com a presença de profissionais de Educação Física e Terapeutas Ocupacionais.

A caminhada é aberta a participação da sociedade e integra a ação da Campanha Nacional promovida pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), que debate o tema “Psicofobia: seu preconceito causa sofrimento”.

O dia escolhido para instituir o Dia Nacional de Enfrentamento à Psicofobia, 12 de abril, foi instaurado pela ABP em alusão à data de nascimento do artista Chico Anísio, padrinho da campanha e que declarou em vida ter sofrido de depressão. Afirmou ainda que, se não fosse o tratamento psiquiátrico, não teria feito nem 20% do que fez em sua vida.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada dez pessoas sofre de doença mental em todo o mundo, totalizando cerca de 720 milhões de pessoas. Entre as dez maiores causas de afastamento do trabalho em todo o mundo, cinco são transtornos mentais, como depressão e ansiedade, de acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria. No entanto, o preconceito e a falta de informação dificultam o diagnóstico, pois as pessoas evitam procurar tratamento porque temem o estigma de doente mental.

Psicofobia. O significado original do termo psicofobia é o de medo ou exagerado e irracional da mente.  No entanto, tem sido um termo usando em sentido não clínico no Brasil, podendo neste contexto ser definido como o preconceito ou discriminação contra pessoas com transtornos ou deficiências mentais. Neste aspecto, o sufixo - fobia não é usada de forma clínica, mas no sentido de atitudes negativas ou preconceituosas. O uso do termo para designar a acepção relacionada a preconceito começou no Brasil por iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em uma campanha contra este tipo de preconceito, sendo o sufixo -fobia usado provavelmente por causa da difusão do seu uso em iniciativas anti-discriminatórias, tais como as que combatem a homofobia, a xenofobia etc.

sábado, 6 de abril de 2019

Atividade física turbina o cérebro – em qualquer fase da vida

Além de ajudar a prevenir encrencas lá na frente, os exercícios deixam nossos neurônios mais capacitados para responder aos desafios do dia a dia




Raciocínio mais rápido do que os piques de Usain Bolt. Memória mais precisa do que os arremessos de Oscar Schmidt, o Mão Santa do basquete brasileiro… Pode escolher a analogia esportiva de sua preferência para ilustrar a seguinte notícia: mexer o corpo fortalece tanto a massa muscular quanto a cinzenta.

“As revisões científicas apontam que a prática diminui o risco de comprometimento cognitivo leve em 35% e o de Alzheimer em 51%”, contextualiza Andrea Camaz Deslandes, profissional de educação física e coordenadora do Laboratório de Neurociência do Exercício da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. “Mas não se trata apenas de prevenir doenças, embora isso já seja valioso. Hoje sabemos que a atividade física aprimora também o funcionamento de um cérebro considerado saudável”, arremata.

Dito de outra maneira, as células nervosas – assim como o bíceps ou a musculatura da coxa – ganham potência ao serem estimuladas por uma vida movimentada. Em uma análise de oito estudos com voluntários acima de 40 anos, pesquisadores da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, concluíram que o fato de a pessoa não gastar o dia inteiro sentada já está associado a uma melhor performance em testes cognitivos (e a uma probabilidade reduzida de demência).

“Com base no achado, sugerimos que todos os adultos deveriam evitar o excesso de comportamentos sedentários”, afirma a neurocientista Teresa Liu-Ambrose, orientadora do levantamento. Segundo ela, singelas medidas bombariam as nossas faculdades mentais. São elas: levantar-se da cadeira a cada 30 minutos para dar alguns passos, valorizar as atividades leves, como subir escadas ou ir até a mesa do colega em vez de enviar um e-mail, e checar se não é possível cumprir determinadas tarefas em pé ou mesmo andando – já pensou em uma reunião itinerante?

Mas Teresa e seus colegas não se deram por satisfeitos. Após investigar o efeito de um cotidiano menos parado, eles se debruçaram sobre os exercícios físicos estruturados – aqueles em que a gente reserva tempo na agenda para fazer. A partir de outra revisão de artigos, concluíram que tanto modalidades aeróbicas(caminhada, bicicleta…) quanto a musculação conferem destreza à cabeça. E, apesar de as primeiras parecerem ligeiramente mais eficazes, a combinação das duas trouxe melhores resultados.

“Ainda é cedo para determinarmos um protocolo de exercícios”, pondera Andrea. Atualmente, os experts estão correndo para definir a intensidade e a frequência ideais. Fora isso, será que certos esportes se mostram mais benéficos do que outros?

Especula-se, só para citar um caso, que práticas que exigem reflexo rápido, improviso e uma maior interação com o meio – futebol, vôlei, caratê, tênis… – incitariam mais os neurônios em comparação com bicicleta ergométrica ou esteira, por exemplo. “Essas questões são importantes, porém o indivíduo precisa, antes de tudo, de liberdade para optar pelo que lhe agrada e se encaixa no seu calendário. Qualquer movimentação ajuda”, diz a professora.

Vantagens para todas as idades

Não é porque aqueles estudos canadenses se concentraram em participantes com 40 anos ou mais que as virtudes de abandonar o sofá serão perceptíveis somente nessa faixa etária. Em 2003, a educadora física Hanna Karen Moreira Antunes, hoje coordenadora do Curso de Educação Física da Universidade Federal de São Paulo, avaliou o desempenho cognitivo de vários adolescentes.

“Os que se exercitavam bastante no ambiente escolar alcançavam as maiores pontuações”, lembra. Mais recentemente, Andrea Deslandes começou a verificar o impacto de aulas de capoeira na performance de crianças de 6 a 12 anos. De lá pra cá, ela e seus colegas de laboratório revelaram que o contato com essa arte marcial tipicamente brasileira contribuiu para notas mais altas na escola. “Os estudos mostram vantagens da infância à terceira idade“, assegura a expert carioca.

A segunda parte dessa afirmação condiz com um experimento feito em Caeté, uma cidade de 40 mil habitantes do interior de Minas Gerais. Coordenados pelo neurologista Paulo Caramelli, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais registraram ao longo do tempo o estilo de vida e a saúde mental de 639 idosos. Das diversas análises que estão pipocando a partir desse trabalho, uma, ainda em fase preliminar, voltou-se para os senhores que envelhecem especialmente bem – apesar de estarem na casa dos 80 anos, eles possuem uma memória comparável a de pessoas duas décadas mais jovens.

“Percebemos que esse grupo tendia a fazer mais atividade física do que os outros”, relata Caramelli. O estudo, cabe ressaltar, não permite cravar uma relação de causa e efeito, entre outras coisas porque esse pessoal também comia mais vegetais in natura. “É possível que a combinação de hábitos saudáveis tenha contribuído para os dados encontrados”, avalia Caramelli.

Até agora, abordamos as benfeitorias que dão as caras com sessões regulares de malhação. Entretanto, uma única dose também acarreta vantagens, embora efêmeras. Numa pesquisa ainda não publicada, Hanna Karen recrutou voluntários entre 18 e 25 anos e os submeteu a diferentes tipos de treinamento (de moderados e longos a curtos e estafantes). Com base em testes cognitivos realizados antes, logo após a prática e meia hora depois, ela observou que todos ficaram, digamos, mais espertos em comparação com quem permanecia imóvel.

“Me surpreendeu o fato de que até os exercícios bem cansativos trouxeram benefícios”, conta a educadora física. E, aqui, pedimos um momento da sua atenção para o depoimento pessoal de um especialista: “Nos dias em que treino, tenho a impressão de alcançar um nível de alerta bem maior”, diz Caramelli. “Já ouvi muitos pacientes com histórico de Alzheimer na família dizerem o mesmo”, completa.

Por dentro do cérebro malhado

Aquela história de que o número de neurônios não muda na fase adulta é balela. E as aulas de ginástica são prova disso. “Elas fazem aumentar a quantidade de células nervosas no cérebro“, atesta Sonia Brucki, neurologista da Universidade de São Paulo. Além disso, essas unidades passam a receber um aporte sanguíneo extra e ganham ramificações para se comunicarem com eficácia. São mudanças que ajudam a explicar o fato de o sedentarismo ser o terceiro maior fator de risco passível de intervenção para demências, atrás apenas do nível educacional baixo e do tabagismo.

Também não dá para desvalorizarmos os benefícios comportamentais das modalidades esportivas. Disciplina, concentração, resiliência e trabalho em equipe estão entre os valores que auxiliam a sobrepujar desafios mentais. “Só não vale achar que uma corrida substitui a leitura”, brinca Hanna Karen. Não há recorde mundial que garanta, sem um bocado de estudo, uma cabeça realmente ativa.

Habilidades mais aprimoradas pela atividade física:
Controle inibitórioÉ a capacidade de segurar ímpetos irracionais e a de ignorar estímulos irrelevantes enquanto dedicamos atenção ao que interessa.

Flexibilidade cognitivaSe uma estratégia não está dando certo ou se surgiu um imprevisto, você consegue se adaptar e resolver o desafio.

MemóriaEm primeiro lugar, suar a camisa reforça a memória de trabalho, ou a competência em recorrer a informações já registradas quando elas são vitais para uma tarefa qualquer – você entende o fim do livro porque o começo dele está fresquinho na cabeça. Isso sem contar que ajuda a armazenar lembranças de curto e, em menor escala, de longo prazo.

Treino para os neurôniosDe que maneira o esforço físico repercute na massa cinzenta
1. Mexer o corpo eleva a produção de uma molécula batizada de fator neurotrófico derivado do cérebro, conhecido pela sigla em inglês BDNF.
2. O BDNF promove a multiplicação de neurônios e a ramificação dos axônios, facilitando a passagem e o armazenamento de informações.
3. Outra substância produzida em maior escala ao suarmos a camisa atende pelo nome de fator de crescimento endotelial vascular, ou VEGF.
4. Como no resto do corpo, o VEGF fomenta a criação de vasos na cabeça. Eles, então, abastecem as células nervosas com sangue suficiente para atuarem a pleno vapor.

FONTE: Saúde Abril

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Depressão: Uma luta de dentro para fora que ninguém ao redor consegue ver


Não sinta vergonha de ter depressão. Não deixe os julgamentos de pessoas que não entendem o seu estado, aumentarem uma dor emocional que já é grande o suficiente para a sua alma.
A pior coisa da depressão é que ela é uma disfunção afetiva, psíquica que acontece dentro da gente. Por isso, muitas vezes, ninguém consegue vê-la e muito menos ajudar. Não é um osso quebrado que vemos no raio x ou um corte que a enfermeira costura e logo cicatriza. Depressão é um rasgo na alma que ninguém tem acesso. É uma ferida aberta e inflamada na nossa alegria de viver que ninguém pode desinfetar porque não há como alcançá-la fisicamente.
Quando nos afogamos no mar, buscamos a superfície incessantemente no desespero pelo ar. Na depressão é o contrário. Afogamo-nos na dor e quando tentamos buscar ar no lado de fora, podemos sufocar ainda mais, porque é mergulhando dentro da gente que conseguimos respirar melhor. Por isso, não entendemos porque as pessoas nos julgam tanto. Porque ninguém nos ajuda, enquanto a angústia esmaga nosso peito e tira todo nosso fôlego nos deixando jogados na cama. Então, a gente escuta que estamos nos fazendo de vítima. Que é bobagem, frescura. As pessoas nos ignoram justamente no momento em que mais precisamos, nos deixando, sem se darem conta, a beira de um precipício, porque a nossa depressão pode ser imperceptível aos olhos do coração de quem não sabe o que é passar por essa dolorosa experiência.
Então, a gente senta vergonha do nosso estado. Já nos achamos inúteis, os julgamentos só nos pioram mais. Por isso, nos questionamos se esse afogamento na dor é real, se faz sentido. Se não é pura frescura de quem quer atenção. E como a depressão é uma doença e não uma birra infantil, a gente disfarça porque não quer parecer tolo, mimado ou dramático. Fingimos nadar enquanto nos afogamos. Sorrimos mesmo quando fica impossível respirar. Escondemos o desespero porque dói menos fingir e enganar as pessoas do que mostrar toda nossa dor e não ser compreendido, pior, ser julgado.
E tudo que precisamos é de apenas alguém para segurar em nossa mão, enquanto buscamos a linha e a agulha para costurar essa ferida da alma. Porque, sim, a depressão é um salto do fundo do poço que só nós somos capazes de dar. São as nossas pernas que nos impulsionam não a dos outros. Podemos estar cercado de amigos, procurar uma terapia, seja com um profissional seja com uma atividade, opções que são um suporte e amenizam a angústia, que são máscaras de oxigênio diante desse afogamento na dor, mas somente nós mesmos podemos decidir buscar o ar lá no fundo e respirar para sair dessa.
As pessoas podem nos falar as melhores coisas, estender o braço para nos puxar dessa lama da alma, mas se a gente não levantar a mão e segurar firme, permaneceremos imersos em um mundo escuro, onde ninguém nos vê, de uma doença que é o mal do mundo e que somente a coragem de quem a tem é capaz de salvar.
Por isso, peça ajuda, sim, sem vergonha de estar deprimido. E o mais importante, aceite orientação, pois, no fim das contas, somos nossos próprios salva-vidas na depressão. Somos o motorista do nosso caminhão de dor. Então, quando alguém lhe julgar, não desanime, apenas lembre-se de que: as trilhas mais difíceis nos levam aos melhore destinos. E se no meio do caminho o tempo virar, em vez de esperar a tempestade passar, dance na chuva!

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