"Atendimento e atenção foram os responsáveis pela minha recuperação", afirma ex-paciente do Hospital Severino Lopes

Recuperação. É essa a palavra que primeiro vem a mente do ex-paciente do Hospital Severino Lopes, Lavoisier Furtado Segundo, quando  pensa na instituição onde foi internado por sete vezes entre 1986, quando tinha apenas 18 anos, e 2010.

Logo pela manhã, no início do expediente, Lavoisier procurou o Setor de Comunicação a fim de falar sobre o período em que esteve internado no Hospital. "Do ropeiro ao diretor, o atendimento é excepcional. Tenho certeza que essa é uma clínica especializada em tratamento psiquiátrico de primeiro mundo", ele afirma.

Conta também que durante a sua estadia no Hospital, suas atividades favoritas eram os passeios e as terapias de canto. "Eu gravei até um CD aqui. Tá lá na recreação. Eu cantava Titãs e Raul Seixas", comenta, de forma saudosa.

Lavoisier conta que o hospital foi sua casa por muito tempo e que a atenção recebida além do excelente atendimento médico foram os grandes responsáveis pela sua recuperação. Ele conta que quando chegou ao Hospital pela primeira vez, seu quadro clínico o diagnosticava como "psicopata esquizofrênico". "Hoje em dia, de problema mesmo eu só tenho os filhos e os netos", brinca. 

Os filhos são cinco e os netos são dois. Todos moram sozinhos ou com a família que já formaram. Lavoisier mora com os pais, em Pirangi do Sul, litoral do Rio Grande do Norte, "o melhor lugar do mundo", segundo ele. Lá, embora seja aposentado, ele se diverte pescando, uma das coisas que mais gosta de fazer.

Vez ou outra ainda volta ao Hospital Severino Lopes para buscar receitas de seu tratamento - o qual ele dá continuidade em casa - e visitar amigos e conhecidos queridos, pacientes ou profissionais da instituição.

Ao fim da conversa, o pescador emocionou-se ao lembrar de alguns dos seus momentos favoritos no Hospital. "Eu adorava as leituras. Era muito bom e eu aprendia bastante. Além disso, eu também gostava da hora de tirar a barba. Eu ajudava. Era barbeiro", conta, enxugando as lágrimas dos olhos que, embora naquele momento estivessem marejados, sempre demonstram o brilho de alguém que, mesmo com dificuldades, é feliz.