O hábito de monitorar o orçamento doméstico, controlando os gastos para que eles sejam compatíveis com a receita familiar, podem representar uma economia de 15% ao final de cada mês. Dessa forma, pequenas mudanças de comportamento, visando diminuir os gastos em energia, água e luz, são capazes de transformar um devedor em investidor. É o que garante o professor de finanças e risco da Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do RN (Farn), Márcio Brito.
Com as despesas de alimentação, habitação e transporte correspondendo a 75,3% do consumo médio mensal das famílias brasileiras, o professor afirma que planejamento é essencial para garantir o equilíbrio financeiro. “É preciso dedicar atenção às pequenas coisas, pois os artigos supérfluos destroem muito a renda. Antes de qualquer compra, todo mundo deve avaliar se aquilo é realmente necessário”, ressalta.
Realizar o cálculo do orçamento familiar é dimensionar as entradas e saídas mensais de dinheiro. Márcio Brito ensina que deve ser posto o total de rendimentos e em seguida, devem ser registrados todos os gastos, por menores que sejam. Para ele, quem compra supérfluo vende o necessário e realizar o dimensionamento dos gastos é o que possibilita um controle eficiente do orçamento. “Fazer esse planejamento é uma questão de educação, é um hábito que deveria ser incentivado nas instituições de ensino, a partir da educação infantil. Mas isso não ocorre e os brasileiros hoje gastam muito mal”, lamenta o professor de finanças.
Por não haver o hábito de planejar, avalia Brito, 75% das famílias brasileiras estão endividadas atualmente. De acordo com ele, essa realidade é resultado também de um excessivo incentivo ao consumo, que está ocorrendo no país, principalmente após o período de crise financeira que atingiu a economia mundial entre o final de 2008 e meados de 2009.
Na visão do professor de finanças, o consumidor tem sido cada vez mais pressionado a comprar. Ele cita como exemplo o fato de que nas lojas de departamento, os caixas insistem para que o cliente divida o pagamento em seis ou sete vezes, a cada compra. “O problema é que em muitos casos, aquele cliente não tem lastro suficiente para consumir. As pessoas precisam acordar e perceber que não dá para usar cartão de crédito e cheque especial como se fizessem parte do salário”, conclui.
Controle
Ter parte considerável do orçamento voltada aos gastos com alimentação é uma realidade na família do professor aposentado Césio Ribeiro Dantas. Ele conta que uma das estratégias para economizar é ir ao supermercado várias vezes ao mês e fazer compras pequenas, pois com a estabilização da economia brasileira, que teve início na década de 1990, é possível planejar e aproveitar promoções. “Acontece que agora a gente percebe mais claramente o quanto as coisas ficam caras. Há alguns anos, uma compra que se fazia utilizando o carrinho grande do supermercado dava no máximo R$ 100, mas hoje, no carrinho pequeno dá bem mais do que isso. Posso dizer que o carro que eu tenho mais medo é o de supermercado”, afirma.
Para não perder o controle, Césio se baseia na receita total da família e subtrai despesas fixas, como água, energia, telefone e TV a cabo. O aposentado inclui ainda nessa conta, os gastos com itens classificados de extra por ele, como cartão de crédito, lazer e manutenção do veículo, consideradas extra. “Não faço esse planejamento sempre, pois estou acostumado e já sei o quanto posso gastar por mês. Mas se não tivéssemos um controle, as dívidas ficariam gigantescas”, avalia.
Economia doméstica é prática diária
Na família da advogada Isabelle Naya, o cuidado com o orçamento é constante. Ela explica que há um planejamento das despesas fixas, como moradia, plano de saúde, educação, impostos e alimentação, além de ser estipulado um valor aproximado para os gastos mensais com as compras no supermercado. “Para mim, o mais difícil de controlar são as despesas variáveis, como um livro a mais que é pedido na escola ou quando um dos meus filhos adoece”, conta.
Casada há sete anos, Isabelle diz que a família está constantemente buscando não ultrapassar a receita gerada pelo casal, mas lembra já ter sido preciso pegar um empréstimo no banco, devido a uma emergência. “Não contabilizamos todos os pequenos gastos, mas temos o mínimo de controle possível para que pedir empréstimo ou estourar o cartão de crédito não sejam comportamentos frequentes”, avalia.
Como estratégia para manter a saúde financeira da família, a advogada e o marido costumam planejar com antecedência e investir em uma poupança, quando decidem realizar uma viagem ou trocar de veículo. Isabelle diz ter percebido que a família controla bem os gastos, nesses casos, apesar de não se classificar como alguém que nunca consome supérfluos, pensando em ter um dinheiro “extra” no final do mês, para colocar na poupança. “Mas pretendo que isso se torne uma realidade a partir do momento que conseguirmos nos estabilizar financeiramente”, conclui.
Com as despesas de alimentação, habitação e transporte correspondendo a 75,3% do consumo médio mensal das famílias brasileiras, o professor afirma que planejamento é essencial para garantir o equilíbrio financeiro. “É preciso dedicar atenção às pequenas coisas, pois os artigos supérfluos destroem muito a renda. Antes de qualquer compra, todo mundo deve avaliar se aquilo é realmente necessário”, ressalta.
Realizar o cálculo do orçamento familiar é dimensionar as entradas e saídas mensais de dinheiro. Márcio Brito ensina que deve ser posto o total de rendimentos e em seguida, devem ser registrados todos os gastos, por menores que sejam. Para ele, quem compra supérfluo vende o necessário e realizar o dimensionamento dos gastos é o que possibilita um controle eficiente do orçamento. “Fazer esse planejamento é uma questão de educação, é um hábito que deveria ser incentivado nas instituições de ensino, a partir da educação infantil. Mas isso não ocorre e os brasileiros hoje gastam muito mal”, lamenta o professor de finanças.
Por não haver o hábito de planejar, avalia Brito, 75% das famílias brasileiras estão endividadas atualmente. De acordo com ele, essa realidade é resultado também de um excessivo incentivo ao consumo, que está ocorrendo no país, principalmente após o período de crise financeira que atingiu a economia mundial entre o final de 2008 e meados de 2009.
Na visão do professor de finanças, o consumidor tem sido cada vez mais pressionado a comprar. Ele cita como exemplo o fato de que nas lojas de departamento, os caixas insistem para que o cliente divida o pagamento em seis ou sete vezes, a cada compra. “O problema é que em muitos casos, aquele cliente não tem lastro suficiente para consumir. As pessoas precisam acordar e perceber que não dá para usar cartão de crédito e cheque especial como se fizessem parte do salário”, conclui.
Controle
Ter parte considerável do orçamento voltada aos gastos com alimentação é uma realidade na família do professor aposentado Césio Ribeiro Dantas. Ele conta que uma das estratégias para economizar é ir ao supermercado várias vezes ao mês e fazer compras pequenas, pois com a estabilização da economia brasileira, que teve início na década de 1990, é possível planejar e aproveitar promoções. “Acontece que agora a gente percebe mais claramente o quanto as coisas ficam caras. Há alguns anos, uma compra que se fazia utilizando o carrinho grande do supermercado dava no máximo R$ 100, mas hoje, no carrinho pequeno dá bem mais do que isso. Posso dizer que o carro que eu tenho mais medo é o de supermercado”, afirma.
Para não perder o controle, Césio se baseia na receita total da família e subtrai despesas fixas, como água, energia, telefone e TV a cabo. O aposentado inclui ainda nessa conta, os gastos com itens classificados de extra por ele, como cartão de crédito, lazer e manutenção do veículo, consideradas extra. “Não faço esse planejamento sempre, pois estou acostumado e já sei o quanto posso gastar por mês. Mas se não tivéssemos um controle, as dívidas ficariam gigantescas”, avalia.
Economia doméstica é prática diária
Na família da advogada Isabelle Naya, o cuidado com o orçamento é constante. Ela explica que há um planejamento das despesas fixas, como moradia, plano de saúde, educação, impostos e alimentação, além de ser estipulado um valor aproximado para os gastos mensais com as compras no supermercado. “Para mim, o mais difícil de controlar são as despesas variáveis, como um livro a mais que é pedido na escola ou quando um dos meus filhos adoece”, conta.
Casada há sete anos, Isabelle diz que a família está constantemente buscando não ultrapassar a receita gerada pelo casal, mas lembra já ter sido preciso pegar um empréstimo no banco, devido a uma emergência. “Não contabilizamos todos os pequenos gastos, mas temos o mínimo de controle possível para que pedir empréstimo ou estourar o cartão de crédito não sejam comportamentos frequentes”, avalia.
Como estratégia para manter a saúde financeira da família, a advogada e o marido costumam planejar com antecedência e investir em uma poupança, quando decidem realizar uma viagem ou trocar de veículo. Isabelle diz ter percebido que a família controla bem os gastos, nesses casos, apesar de não se classificar como alguém que nunca consome supérfluos, pensando em ter um dinheiro “extra” no final do mês, para colocar na poupança. “Mas pretendo que isso se torne uma realidade a partir do momento que conseguirmos nos estabilizar financeiramente”, conclui.
Materia Publicada no Jornal Tribuna do Norte
25 de Julho de 2010Sílvia Ribeiro Dantas - repórter de Economia
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