quinta-feira, 30 de maio de 2019

Nova Política sobre drogas inclui tratamento hospitalar no combate a dependência química

Secretário Nacional de Cuidados e Prevenção às
Drogas do Ministério da Cidadania, Dr. Quirino Cordeiro


Combater a dependência química com o foco na abstinência e não apenas na redução de danos, através de uma assistência hospitalar completa e de qualidade, em hospitais ou comunidades terapêuticas. Essa é uma das principais mudanças apresentadas pela Nova Política Nacional sobre Drogas publicada, no último dia 11 de abril, pelo governo federal através do Decreto nº 9761/2019.
Para o Secretário Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas do Ministério da Cidadania, Dr. Quirino Cordeiro, o Decreto traz uma série de avanços para fazer frente à grave situação enfrentada pela população brasileira, fruto de ações totalmente equivocadas dos Governos anteriores na condução desta importante Política Pública.
No que diz respeito ao tratamento dos pacientes com dependência química, o objetivo deixa de ser a Redução de Danos, que, segundo o secretário, vinha se mostrando totalmente inefetiva como revelam os números crescentes de dependência química, passando à promoção da Abstinência e Recuperação desses pacientes visando a sua total recuperação. “Com isso, serviços que trabalham auxiliando os pacientes a conseguirem a abstinência, como os Hospitais Psiquiátricos, ganham protagonismo na Nova Política Nacional sobre Drogas”, diz Quirino. “O Hospital Psiquiátrico, inclusive, passa a fazer parte da Rede de Assistência ao paciente com dependência química. Essa medida alinha-se com a Nova Política Nacional de Saúde Mental, publicada em Dezembro de 2017, que incluiu o Hospital Psiquiátrico como parte integrante da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).” destaca o secretário.
A nova política passa a incluir a assistência hospitalar no rol dos procedimentos no tratamento da dependência. Na prática representa a melhoria do acesso do dependente a um tratamento mais qualificado, eficaz com toda a estrutura de uma equipe de saúde completa com médicos, enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais, dentre outros.
                Diferentemente do que a sociedade foi levada a pensar, os Hospitais Psiquiátricos constituem-se um importante instrumento no tratamento da dependência química. O tratamento para toxicodependência envolve várias etapas que vão desde a desintoxicação até a terapia comportamento, o acompanhamento médico e psicológico, os aconselhamentos, as terapias complementares se focando na adoção de um novo estilo de vida. Todas estas etapas do tratamento estão presentes nos hospitais especializados em psiquiatria e podem ser utilizadas para uma vida efetivamente longe das drogas.
No tocante aos hospitais que disponibilizam leitos psiquiátricos, a “Nova Política Nacional sobre Drogas”, Decreto No. 9761/2019, contempla a sua atuação no cap. 5.1.4.: “Promover e garantir a articulação e a integração das intervenções para tratamento, recuperação, reinserção social, por meio das Unidades Básicas de Saúde, Ambulatórios, Centros de Atenção Psicossocial, Unidades de Acolhimento, Comunidades Terapêuticas, Hospitais Gerais, Hospitais Psiquiátricos, Hospitais-Dia, Serviços de Emergências, Corpo de Bombeiros, Clínicas Especializadas, Casas de Apoio e Convivência, Moradias Assistidas, Grupos de Apoio e Mútua Ajuda, com o Sisnad, o SUS, o SUAS, o Susp e outros sistemas relacionados para o usuário e seus familiares, por meio de distribuição de recursos técnicos e financeiros por parte do Estado, nas esferas federal, estadual, distrital e municipal”.
                Para quem convive diretamente com o problema, como os representantes das associações de familiares de portadores de transtornos mentais, a exemplo da  FENAEMD, a nova política chega como um alento, pois trata-se de ampliar as possibilidades de recuperação do indivíduo com um leque maior de procedimentos e terapias que auxiliam de forma mais efetiva para a adoção de um novo estilo de vida longe da dependência.

HPPSL comemora 63 anos e convida para Hospital Portas Abertas




Em comemoração ao seu aniversário de 63 anos, celebrado no dia 02 de junho, o Hospital Psiquiátrico Professor Severino Lopes(HPPSL) promove a partir da próxima segunda-feira(03) até a sexta-feira(07), de 8h às 11h e de 14 às 17h, a Semana do Hospital Portas Abertas. A comemoração pretende levar grupo de estudantes, comunidade, amigos, parceiros, autoridades e colaboradores em geral a conhecer de perto o trabalho realizado pela instituição.

O HPPSL é um hospital filantrópico, especializado em psiquiatria, pioneiro no Estado, que atende a portadores de transtornos psiquiátricos e dependentes químicos, em Natal/RN, desde o ano de 1956. É mantido pela Sociedade Professor Heitor Carrilho e hoje apresenta-se como um complexo de assistência em saúde mental, oferecendo internação em tempo integral, pronto socorro psiquiátrico e atendimento ambulatorial em psiquiatria. Trabalha com terapias complementares como hortoterapia, musicoterapia, terapia assistida com animais, práticas integrativas, terapia ocupacional, pedagogia, educação física, lazer e qualidade de vida, dentre outras que serão apresentadas a comunidade durante a visita. Desde a sua fundação, esse é um diferencial da instituição, que já promovia festas e atividades socializantes, como passeios externos para integrar o paciente a sociedade. Esse trabalho será apresentado aos visitantes no vídeo de retrospectiva dos 63 anos que terá sessões diárias de exibição.

O Hospital Portas abertas, também, irá apresentar a sociedade o Espaço de Recreação Gama. O espaço conta com uma inovação. São três áreas para Terapia Ocupacional: uma Sala de Atividades de Vida Diárias, espaço que simula uma Casa com quartos, sala de estar, cozinha e sala de jantar, auxiliando na retomada pelo paciente das atividades do dia a dia de uma casa, no desenvolvimento do autocuidado e autonomia do indivíduo; uma Sala de Atividades de Multimídia e uma Sala com Atividades e Oficinas em grupo. 

Além da Terapia Ocupacional, há no espaço Gama sala de pedagogia; Sala de Musicoterapia toda equipada com instrumentos musicais, sala de comunicação e um amplo espaço para festas e atividade de lazer.

Toda essa infraestrutura vem desmitificar a ideia do Hospital Psiquiátrico como Manicômio promotor do isolamento do paciente, mostrando que é uma instituição promotora da assistência da saúde mental, imprescindível nos momentos da crise aguda.

As visitas devem ser agendadas através do contato (84) 3026-4852 e serão acompanhadas por profissionais da instituição responsáveis por apresentar o Hospital.

quarta-feira, 8 de maio de 2019

HPPSL promove festa das mães nesta quinta(09)


Para homenagear mães para lá de especiais, o Hospital Psiquiátrico Professor Severino Lopes

promove nesta quinta-feira(09), a partir das 14 horas, uma tarde festiva, em seu espaço de recreação "Gama". O evento contará com um bingo que distribuirá de brindes, com um show musical do grupo de musicoterapia e homenagens para as mães. Também haverá um lanche especialmente preparado para a festa.

O fortalecimento dos laços familiares, à inclusão na agenda da sociedade com a comemoração das datas festivas e o estimulo a afetividade contribuem para que pessoas com sofrimentos psíquicos apresentem melhora nos quadros psiquiátricos e possam conviver numa sociedade sem estigmas.

A Comemoração de dia das mães é aberta ao público, para todos que quiserem conhecer o trabalho e participar  desse lindo momento de amor e alegria.






segunda-feira, 6 de maio de 2019

Esgotamento mental não é frescura


Depois de andar para lá e para cá o dia inteiro, trabalhar, ir à academia, fazer compras no mercado, seu corpo está esgotado e precisa de um descanso. Seu cérebro também. Muitas vezes não nos damos conta que, após um intenso trabalho intelectual, o cérebro também fica “cansado”, e também precisa de um tempo para relaxar. Ignorar essa necessidade pode causar uma série de problemas. No mundo moderno, em que uma grande parcela da população trabalha em frente a um computador, e em que cada vez mais se exige pensamento rápido, criatividade e empreendedorismo, é muito fácil deixar o cérebro “cansado”. Além disso, muitas vezes exige-se que ele trabalhe com energia total por períodos muito longos.
“Podemos dizer que o excesso de demanda da química necessária para manter o corpo e a mente ativados se ‘esgotam’ em algum momento”, alerta Sergio Klepacz, psiquiatra do Hospital Samaritano de São Paulo. Ele explica que essa química é composta por hormônios e neurotransmissores como cortisol (um dos grandes responsáveis pela preparação do organismo para os enfrentamentos dos desafios do dia a dia e das situações de perigo) e noradrenalina (neurotransmissor responsável pela sensação de motivação e também da atenção). “Vários estudos mostram queda nessas substâncias durante esses períodos de estafa”, diz. Por isso, as consequências mais imediatas são falta de atenção, dificuldade de memória, perda de concentração, pensamento mais lento, desânimo, alterações no sono e, é claro, cansaço – excessivo e crônico.
Às vezes o cansaço é tanto que é sentido fisicamente, com dores no corpo, dores de cabeça e até problemas gastrointestinais, como gastrites e úlceras. Por isso muitos pesquisadores afirmam que o esgotamento mental pode ser até mesmo mais grave do que o físico, pois pode causar danos tanto corporais como emocionais. Outro perigo é que muitas vezes ele é ignorado; então o cansaço se acumula e as consequências se agravam. Quando os primeiros sinais de alerta são ignorados, o problema vira uma bola de neve e pode desencadear uma série de complicações. Os problemas que mais surgem são o desenvolvimento de gastrites e úlceras, baixa da imunidade, com resfriados e gripes constantes, alergias, queda de cabelo, hipertensão, bronquite e alterações menstruais, entre outros.
Como essa química está atrelada ao sistema imunológico, as consequências podem ser fisicamente relevantes, com o aparecimento de quadros infecciosos que podem se agravar. “O esgotamento pode levar ao aumento da suscetibilidade para doenças, como, por exemplo, as cardiovasculares (hipertensão) e as autoimunes, tensão muscular, dor lombar ou cervical e distúrbios do sono”, aponta a psiquiatra Telma Ramos Trigo, da Associação Brasileira de Psiquiatria. Além dos estragos físicos, há também os emocionais. A relação com o próprio trabalho pode ser prejudicada, pois a baixa sensação de energia e a desatenção levam também à baixa produtividade e a erros.
A relação com as pessoas também pode ser prejudicada diante da falta de ânimo em interagir, da irritabilidade, da impaciência e das mudanças bruscas de humor. O que pode fazer com que a pessoa sinta-se sozinha, agoniada, ou até mesmo se isole. “Mentalmente, se não houver intervenção, o quadro pode ter consequências no sistema emocional, com o aparecimento de alterações de humor, tipo depressão, além de consequências em longo prazo para o cérebro”, destaca Klepacz. Um dos problemas que podem decorrer desse esgotamento mental é a síndrome deburnout, ou síndrome do esgotamento profissional, que acontece quando o cérebro entra em processo de falência e não consegue mais trabalhar direito.
Em inglês, o termo burnout é definido como aquilo que deixou de funcionar por absoluta falta de energia. Metaforicamente, é algo (ou alguém) que chegou ao seu limite, com grande prejuízo em seu desempenho físico ou mental. Ela foi assim denominada por psicanalista nova-iorquino, após constatá-la em si mesmo, no início dos anos 1970. A síndrome de burnout é um processo iniciado com excessivos e prolongados níveis de estresse no trabalho – ou seja, é uma consequência de um processo crônico. “A estafa ou esgotamento é o resultado de um estresse repetitivo e prolongado. A partir de certo ponto, isso passa a diminuir a produtividade e esgota nossa energia”, explica Trigo.
Um estudo da OMS (Organização Mundial de Saúde) colocou o burnout como uma das principais doenças dos europeus e norte-americanos, ao lado do diabetes e das doenças cardiovasculares. Apesar de estar intimamente ligada à vida profissional, não são só os trabalhadores que sofrem deste mal: estudantes e até desempregados também podem ser acometidos pela síndrome devido a preocupações e nervosismo, por exemplo. Para se tratar o esgotamento mental, recomenda-se o acompanhamento de um especialista e, às vezes, medicação. “Em se tratando de esgotamento puramente cerebral, parte-se para orientações sobre o manejo das situações estressantes, avaliação da necessidade de medicamentos, orientações para aumentar a resistência física do indivíduo e avaliação da necessidade de psicoterapia”, aponta Trigo.
A psiquiatra enfatiza a necessidade de buscar ajuda nesses casos. Segundo ela, muitas vezes a pessoa com estafa mental ou síndrome de burnout tende a se isolar ao invés de pedir ajuda, mas isso é fundamental para se resolver o problema. “Nosso cérebro é um órgão como qualquer outro. Na verdade, talvez um pouco mais complexo devido a trilhões de conexões. A grande questão é: por que ele não merece ajuda especializada assim como os nossos outros órgãos?”, questiona. Na hora de se tratar – e também de se evitar – o esgotamento mental, dormir bem e se alimentar adequadamente é essencial. Mas ter horas de relaxamento e diversão também. Muitas vezes as pessoas que sofrem com esses males investem muita energia no trabalho em detrimento de outros aspectos da vida, como família, amigos e lazer. Isso acaba causando um desequilíbrio que prejudica a qualidade de vida e o bem-estar. Os especialistas afirmam que o lazer também é parte importante do dia a dia e deve ser valorizado. “O segredo é poder compensar os momentos de estresse com momentos de prazer e diversão”, recomenda Klepacz.

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