segunda-feira, 27 de novembro de 2017

NOTA DE REPÚDIO


                                                                       
       
23 de Novembro de 2017

A FEDERAÇÃO NACIONAL DAS ASSOCIAÇÕES EM DEFESA DA SAÚDE MENTAL - FENAEMD vem a público manifestar seu profundo repúdio às cenas apresentadas na Novela, exibida às 21 horas, pela Rede Globo de Televisão, “O Outro Lado do Paraíso”, de autoria de Walcyr Carrasco, que foram ao ar no último dia 21 de novembro. Cenas que contribuem para perpetuar o preconceito e para desinformar a sociedade em relação aos padecentes de doenças mentais graves e aqueles que os cuidam e tratam.
As cenas, além de apresentarem a personagem Clara sofrendo delírios e alucinações provocados por medicação psiquiátrica, como se um remédio fosse uma droga psicodélica, também mostram os psiquiatras como corruptos (comprados), sequestradores e sádicos, reforçando estereótipos que são altamente prejudiciais dentro do contexto da Saúde Mental e dos tratamentos psiquiátricos. Tratamentos esses imprescindíveis para salvar e recuperar vidas humanas, como nos casos de surto psicótico e suicídio, que vem atingindo de forma alarmante a nossa população.
Na sequência, a personagem é internada de forma irresponsável e desnecessária em uma instituição (médica, chamada de hospício!) e citado que ela nunca mais sairia daquele local. Essa fala, além de ir contra a Lei 10.216/2001 que não permite mais o hospital como equipamento asilar e de moradia, coloca todos os profissionais de saúde que atuam na instituição, ou seja, médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, como coniventes do sequestro. Esse é outro desserviço à população, pois aumenta o medo e, novamente, o preconceito com relação a internação e ao Hospital Psiquiátrico Especializado, um dos importantes mecanismos utilizados para reequilibrar o indivíduo nos momentos de crise e reinseri-lo na sociedade, para a continuidade do tratamento extra-hospitalar.
Outro fato, que demonstra profunda desinformação, é a abordagem de associar a tortura ao procedimento de eletroconvulsoterapia(ECT), técnica utilizada pela psiquiatria, de forma indolor e com anestesia, e que possui comprovação de sua eficiência e eficácia através de diversos estudos científicos, em tratamentos onde outras técnicas não surtiram efeitos.
Toda essa forma de abordar e associar o tratamento em saúde mental, a maus tratos, sequestro, corrupção, mesmo com as licenças literárias das novelas, provocam prejuízos irreparáveis à população, trazendo desinformação e, ainda mais, preconceito que o já existente, a psicofobia.
Não consideramos válido qualquer argumento de que esta seja obra de ficção. A ficção não pode atuar comprometendo o tratamento em saúde mental e causando prejuízos a vidas humanas. Se o Sr. Walcyr Carrasco, que não apenas nesta, mas em outras ocasiões, se mostrou verdadeiro carrasco de doentes mentais, famílias e médicos, mostrasse outras minorias, como negros ou mulheres, em situações que transmitissem preconceito, haveria imensas manifestações e mobilizações por parte da sociedade.
A Globo desmonta toda uma vida de dedicação e orientação por parte dos familiares das pessoas com transtornos mentais que muitas vezes assumem sozinhos o cuidado dos seus familiares, sem qualquer apoio do poder público. Remontar aos anos 70 é direcionar o povo brasileiro no sentido de negar a importância do Psiquiatra, do Hospital Especializado e do papel fundamental da psiquiatria. Tudo isso colabora de forma irresponsável com a negação do tratamento seja medicamentoso, seja de internação nos momentos de crise.
Como representantes legítimos de pacientes e familiares, não ficaremos calados. Faremos ouvir nossa voz por quaisquer meios que nos sejam legítimos. Somos muitos. Muitos mais do que o preconceito do autor e da emissora imaginam.
Diante do exposto, demandamos uma resposta pública da emissora e do autor.


DIREÇÃO DA FENAEMD-SM

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Acadêmico de Medicina Mauro Barbosa apresenta, no Congresso Brasileiro de Psiquiatria, trabalho desenvolvido no HPPSL


O Hospital Psiquiátrico Professor Severino Lopes vem ao longo da sua existência incentivando o desenvolvimento da  pesquisa e do ensino em saúde mental, proporcionado campo de estágio para acadêmicos de medicina. Fruto desse trabalho, o acadêmico, Mauro Barbosa, se destacou no XXXV Congresso Brasileiro de Psiquiatria com apresentação de estudo científico durante esse evento.


A pesquisa "Acatisia por aripiprazol: relato de caso" foi realizada no HPPSL com análise de caso de paciente internada que relatava insônia e irritabilidade durante recuperação de fase maníaca do transtorno afetivo bipolar. 

A acatisia induzida por antipsicóticos é um transtorno de movimento relacionado ao sistema motor e caracterizado por sensação subjetiva de inquietude interna, irritabilidade ou disforia que podem ser intensas. O estudo das interações medicamentosas e os efeitos adversos podem auxiliar na melhoria da qualidade do tratamento disponibilizado para pacientes que passam pelos mesmos problemas.

O CBP é um espaço importante de discussões científicas que contribuí com a evolução e disseminação do conhecimento nos tratamentos em saúde mental. O HPPSL parabeniza a delegação de psiquiatras e acadêmicos do Rio Grande do Norte que participaram desse importante evento.


quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Setembro Amarelo: Hospital Severino Lopes promove ciclo de palestras gratuitas sobre suicídio


Com o objetivo de esclarecer e orientar sobre prevenção ao suicídio, o Hospital Psiquiátrico Prof.º Severino Lopes está promovendo um ciclo de palestras gratuitas e abertas a participação população.


Nesta sexta(21) será ministrada a segunda palestra do ciclo, às 8 horas, no auditório do hospital, pelo médico psiquiatra, Raniere Luna e Silva.

A programação prossegue até o próximo dia 30 onde será promovida uma manhã de atividades na instituição contando com, além das palestras, mutirão de atendimentos gratuitos, distribuição de panfletos e mostra dos setores sobre o tema.

A campanha setembro amarelo é organizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria juntamente com o Conselho Federal de Medicina, com diversas entidades apoiadoras. Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que a cada 40 segundo uma pessoa comete suicídio e a cada três segundo uma pessoa atenta contra a própria vida. Estudos científicos comprovam que é possível a prevenção do suicídio. Ações como essa do setembro amarelo visam informar melhor a população.

Confira a programação dos demais dias: 

- Dia 22/09, sexta-feira, às 9h, com o médico psiquiatra Raniere Luna e Silva.
- Dia 27/09, quarta-feira, às 8h, com o médico psiquiatra Felipe Teodoro Gurgel de Oliveira.
- Dia 30/09, sábado, às 9h30, com o médico psiquiatra Jair de Oliveira.


segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Hospital Severino Lopes promove atendimentos gratuitos na prevenção ao suicídio

Durante todo o mês de setembro, o Hospital Psiquiátrico Professor Severino Lopes estará promovendo “Campanha Setembro Amarelo: Ação pela Vida”. Serão disponibilizados atendimentos
gratuitos com a equipe interdisciplinar da instituição para pessoas com risco de suicídio. Fazem parte da ação médicos psiquiatras, psicólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais e musicoterapeutas do hospital.

Os atendimentos serão agendados conforme a disponibilidade de vagas do dia. Os interessados deverão entrar em contato através do telefone (84)3026-4855.

A campanha tem como objetivo a prevenção e orientação para o tratamento e chama a atenção para a importância de se observar os sinais de alerta e procurar a ajuda de um especialista.

Entre as predisposições a tentativa de suicídio se destacam: tentativas anteriores; história de suicídio na família, abusos de substâncias, perturbação no humor(síndrome depressivo, doença bipolar), dentre outros.
Além das consultas, estão sendo previstas a realização de palestras sobre o tema aberta a comunidade. Familiares e amigos também estão convidados a participar e ajudar a salvar vidas. A maioria das pessoas com intenção suicida comunica seus pensamentos e intenções suicidas por meio de palavras nas quais apresentam temas como sentimento de culpa, desvalia, ruína moral e desesperança.

Dados alarmantes
No Brasil, o índice de suicídios perde apenas para homicídios e acidentes de trânsito entre as mortes por fatores externos (o que exclui doenças). Em todo o mundo, entre os jovens, a morte por suicídio já é mais frequente que por HIV. Entre idosos, assim como entre pessoas de meia-idade, as incidências também avançam.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, no mundo, a cada 40 segundos uma pessoa se suicida, sendo a grande maioria homens entre 25 e 34 anos, além disso, o suicídio é considerado a 15ª causa que mais mata a nível mundial. A OMS afirma também  que 90% dos casos poderiam ser prevenidos.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Verdadeiras guerreiras: Hospital promove festa para mães de pacientes psiquiátricos

Lidar com a enfermidade psiquiátrica não é fácil e, muitas vezes, essa árdua tarefa recai de forma mais intensa sobre as mães dos pacientes psiquiátricos. Pensando em levar um pouco de alegria a essas mães e também homenagear as pacientes psiquiátricas internadas que são mães, o Hospital Psiquiátrico Professor Severino Lopes promove nesta quinta-feira(11) um dia especialmente planejado para elas. Durante a parte da manhã voluntarias farão cabelo e maquiagem das pacientes numa manhã da beleza.

Na parte da tarde, a partir das 14h, na área de recreação do hospital haverá uma festa dedicada a essas mulheres que enfrentam uma batalha por dia, pelo bem estar de seus filhos e merecem todas as homenagens. Trata-se de um momento único para as mães guerreiras, que possuem filhos com doenças psiquiátricas.

O evento contará com apresentação da Filarmônica Reis Magos, em parceria com o Rotary Clube de Natal. Além de um coral, encenação e apresentação de mensagens feitas pelos próprios pacientes,em atividades orientadas pelos setores de Musicoterapia, Terapia Ocupacional e Pedagogia do HPPSL. A interação entre paciente e família é de extrema importância para a evolução no tratamento e para uma melhor interação social por parte desses pacientes. O dia das mães é um dos momentos que contribuem para isso.

A festa de dia das mães é aberta ao público, para quem quiser nos conhecer melhor e participar conosco desse lindo momento de amor e alegria.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

PALESTRA GRATUITA SOBRE COMO LIDAR COM A CRISE DO PACIENTE PSIQUIÁTRICO COMEMORA 22 ANOS DA AFDM-RN

Nesta quinta-feira(04) de maio, às 8h, a Associação de Amigos e Familiares dos Doentes Mentais do Rio Grande do Norte, promove palestra gratuita "Lidando com a crise: o papel da família", aberta a participação da comunidade. O evento acontece no auditório do Hospital Psiquiátrico Professor Severino Lopes e será ministrado pelo psiquiatra Filipe Teodoro. 

A AFDM comemora nesse dia(04) o seu aniversário de 22 anos de fundação. A entidade foi criada a partir da necessidade das famílias terem uma representação onde pudessem trocar experiências, informações, confraternizar-se e lutar pelos direitos a uma assistência digna.

Lidar crise psiquiátrica dos padecentes de transtornos psiquiátricos é um dos principais desafios enfrentado pelos familiares. O assunto repercute na família e na sociedade com a necessidade de mais informações sobre o tema para uma maior compreensão e um melhor enfrentamento dessa situação. Durante a palestra os familiares terão oportunidade de esclarecer dúvidas e debater o assunto.

Após o encerramento da apresentação será servido um café da manhã para os presentes.


terça-feira, 11 de abril de 2017

Dia de enfrentamento da Psicofobia é celebrado com Caminhada

Você já parou para pensar que o preconceito e o medo dos padecentes de transtornos psiquiátricos e deficiências mentais podem causar sofrimento? Para combater o problema,  o dia 12 de abril foi instituído "Dia Nacional de Enfrentamento da Psicofobia".

Buscando divulgar a data e alertar a população para essa questão, o Hospital Psiquiátrico Professor Severino Lopes promove, na manhã desta quarta-feira(12), uma caminhada até a Cidade da Criança.
A caminhada contará com a participação de profissionais de saúde e pacientes demonstrando que é possível a convivência e a socialização. A saída está prevista às 8h30 com concentração dos participantes na entrada do Hospital na Av. Romualdo Galvão.

Na Cidade da Criança haverá a apresentação da Contadora de História Daluzinha Avlis e do musicoterapeuta Eduardo.

Dia da Psicofobia

Entre as dez maiores causas de afastamento do trabalho em todo o mundo, cinco são transtornos mentais, como depressão e ansiedade, de acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria(ABP). No entanto, o preconceito e a falta de informação dificultam o diagnóstico, pois as pessoas evitam procurar tratamento porque temem o estigma de doente mental.

A escolha da data para comemorar o combate à psicofobia é o dia do nascimento do ator e humorista Chico Anysio, considerado pela ABP símbolo na luta contra o preconceito. Chico Anysio sofria de depressão e, depoimento à Rede Globo, afirmou que a exposição pública da doença ajudaria as pessoas a não ter vergonha de serem deprimidos.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Depressão é tema de campanha da OMS para Dia Mundial da Saúde

Para o Dia Mundial da Saúde de 2017, lembrado em 7 de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deu início a uma campanha sobre depressão, transtorno que pode afetar pessoas de qualquer idade em qualquer etapa da vida.

Com o lema “Let’s talk” (“Vamos conversar”, em português), a iniciativa reforça que existem formas de prevenir a depressão e também de tratá-la, considerando que ela pode levar a graves consequências.

Conversar abertamente sobre depressão é o primeiro passo para entender melhor o assunto e reduzir o estigma associado a ele. Assim, cada vez mais pessoas poderão procurar ajuda.

Principais fatos

A depressão é um transtorno mental frequente. Globalmente, estima-se que 350 milhões de pessoas de todas as idades sofrem com esse transtorno.Depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo e contribui de forma muito importante para a carga global de doenças. Mais mulheres são afetadas pela depressão que homens. Existem vários tratamentos eficazes para a doença.

A condição é diferente das flutuações usuais de humor e das respostas emocionais de curta duração aos desafios da vida cotidiana. Especialmente quando de longa duração e com intensidade moderada ou grave, a depressão pode se tornar uma séria condição de saúde.

Ela pode causar à pessoa afetada um grande sofrimento e disfunção no trabalho, na escola ou no meio familiar. Na pior das hipóteses, a depressão pode levar ao suicídio. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano — sendo a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos.

Embora existam tratamentos eficazes conhecidos para depressão, menos da metade dos afetados no mundo (em muitos países, menos de 10%) recebe tais tratamentos. Os obstáculos ao tratamento eficaz incluem a falta de recursos, a falta de profissionais treinados e o estigma social associado aos transtornos mentais.

Outra barreira ao atendimento eficaz é a avaliação imprecisa. Em países de todos os níveis de renda, pessoas com depressão frequentemente não são diagnosticadas corretamente e outras que não têm o transtorno são muitas vezes diagnosticadas de forma inadequada.

A carga da depressão e de outras condições de saúde mental está em ascensão no mundo. Uma resolução da Assembleia Mundial da Saúde aprovada em maio de 2013 exigiu uma resposta abrangente e coordenada aos transtornos mentais em nível nacional.

Tipos e sintomas

Um episódio depressivo pode ser categorizado como leve, moderado ou grave, a depender da intensidade dos sintomas. Um indivíduo com um episódio depressivo leve terá alguma dificuldade em continuar um trabalho simples e atividades sociais, mas provavelmente sem grande prejuízo no funcionamento global. Durante um episódio depressivo grave, é improvável que a pessoa afetada possa continuar com atividades sociais, de trabalho ou domésticas.

Uma distinção fundamental também é feita entre depressão em pessoas que têm ou não um histórico de episódios de mania. Ambos os tipos de depressão podem ser crônicos (isto é, acontecem durante um período prolongado de tempo), com recaídas, especialmente se não forem tratados.

O transtorno depressivo recorrente envolve repetidos episódios depressivos. Durante esses períodos, a pessoa experimenta um humor deprimido, perda de interesse e prazer e energia reduzida, levando a uma diminuição das atividades em geral por pelo menos duas semanas.

Muitas pessoas com depressão também sofrem com sintomas como ansiedade, distúrbios do sono e de apetite e podem ter sentimentos de culpa ou baixa autoestima e falta de concentração.

Já o transtorno afetivo bipolar consiste na alternância entre episódios de mania e depressivos, separados por períodos de humor normal. Episódios de mania envolvem humor exaltado ou irritado, excesso de atividades, pressão de fala, autoestima inflada e uma menor necessidade de sono, além da aceleração do pensamento.

A depressão resulta de uma complexa interação de fatores sociais, psicológicos e biológicos. Pessoas que passaram por eventos adversos durante a vida (desemprego, luto, trauma psicológico) são mais propensas a desenvolver depressão. A depressão pode, por sua vez, levar a mais estresse e disfunção e piorar a situação de vida da pessoa afetada e o transtorno em si.

Há relação entre a depressão e a saúde física; por exemplo, doenças cardiovasculares podem levar à depressão e vice e versa.

Está demonstrado que os programas de prevenção reduzem a incidência da depressão. Entre as estratégias comunitárias eficazes para prevenir essa condição, estão os programas escolares que promovem um modelo de pensamento positivo entre crianças e adolescentes.

Intervenções direcionadas aos pais de crianças com problemas comportamentais podem reduzir os sintomas depressivos dos pais e melhorar os resultados de seus filhos. Os programas de exercício para pessoas idosas também podem ser eficazes para prevenir a depressão.

Diagnóstico e tratamento

Existem tratamentos eficazes para depressão moderada e grave. Profissionais de saúde podem oferecer tratamentos psicológicos, como ativação comportamental, terapia cognitivo-comportamental e psicoterapia interpessoal ou medicamentos antidepressivos.

Os provedores de saúde devem ter em mente a possibilidade de efeitos adversos associados aos antidepressivos, a possibilidade de oferecer outro tipo de intervenção (por disponibilidade de conhecimentos técnicos ou do tratamento em questão) e preferências individuais.

Entre os diferentes tratamentos psicológicos a serem considerados estão os individuais ou em grupo, realizados por profissionais ou terapeutas leigos supervisionados.

Os tratamentos psicossociais também são efetivos para depressão leve. Os antidepressivos podem ser eficazes no caso de depressão moderada-grave, mas esses medicamentos não são a primeira linha de tratamento para os casos mais brandos, não devem ser usados para tratar depressão em crianças e tampouco são a primeira linha de tratamento para adolescentes. É preciso utilizá-los com cautela.

Resposta da OMS

A depressão é uma das condições prioritárias cobertas pelo Mental Health Gap Action Programme (mhGAP) da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O programa visa a ajudar os países a aumentar os serviços prestados às pessoas com transtornos mentais, neurológicos e de uso de substâncias, por meio de cuidados providos por profissionais de saúde que não são especialistas em saúde mental.

A iniciativa defende que, com cuidados adequados, assistência psicossocial e medicação, dezenas de milhões de pessoas com transtornos mentais, incluindo depressão, poderiam começar a levar uma vida normal — mesmo quando os recursos são escassos.


terça-feira, 7 de março de 2017

Esquizofrênico registra em livro a experiência de enlouquecer

Ex-aluno de física e de filosofia da USP, Jorge Cândido de Assis carrega no corpo das marcas da esquizofrenia. Aos 21, durante uma crise, ele se jogou contra um trem do metrô e perdeu uma perna.
Hoje, aos 49 anos, cinco crises psicóticas, ele dá aulas sobre estigma em um curso de psiquiatria e acaba de lançar um livro no qual descreve a experiência de enlouquecer. "Entre a Razão e a Ilusão" (Artmed Editora) foi escrito em parceria com o psiquiatra Rodrigo Bressan e com a terapeuta Cecilia Cruz Villares, da Unifesp.
Leia o depoimento dele.
"Tive uma infância tranquila, jogando bola na rua. Aos 14 anos, entrei na escola técnica e já sabia trabalhar com eletricidade. Adorava física.
Em 1982, prestei vestibular para física na USP e não passei. Em 1983, fiz cursinho, prestei de novo e não passei.
Consegui uma bolsa no cursinho, passei perto e não entrei de novo. Foi um ano depressivo para mim. Eram os primeiros sinais da esquizofrenia, mas eu não sabia.
Eu me isolei, tinha delírios. O desfecho foi trágico. Numa manhã de domingo, entrei na estação do metrô Liberdade. Escutei uma voz: "Por que você não se mata?". Me joguei na frente do trem.
Acordei três dias depois no hospital sem a minha perna direita. Tinha 21 anos.
Foi bem sofrido, mas coloquei toda minha energia e determinação na reabilitação. Quatro meses depois, já estava com a prótese.
Sozinho, voltei a estudar para o vestibular e passei em física e fisioterapia na Universidade Federal de São Carlos. Meu sonho era desenvolver uma prótese melhor e mais barata do que as versões que existiam naquela época.
Um dia, em 1987, cheguei em casa e ela havia sido arrombada. Tive que ir até a delegacia dar queixa e reconhecer os objetos furtados.
Isso desencadeou a segunda crise psicótica. Tinha delírios de grandeza, alucinação, mania de perseguição.
Fui internado em Itapira durante um mês. Saí de lá com diagnóstico de esquizofrenia, medicado mas sem encaminhamento. Um dos remédios causava enrijecimento da musculatura e eu não conseguia escrever. Então parei de tomar a medicação e comecei a fazer tratamento em centro espírita.
Voltei a estudar em São Carlos. Depois da crise, perdi muitos amigos por puro estigma. Comecei a trabalhar, paralelamente aos estudos, mas ficou pesado demais. Preferi desistir do curso.
Em 1993, prestei vestibular na USP e passei. Foi mágico, a realização de um sonho. Continuei trabalhando, mas cheguei num ponto de saturação e desisti do curso.
Minha vida foi perdendo o sentido, vivia por viver. Me sentia vazio de emoções.
Nesse período, fazia parte de um grupo de pesquisa na USP. Mas, por uma série de divergências, o grupo se desfez. Ao mesmo tempo, meu namoro acabou. Esses dois fatores desencadearam minha terceira crise.
Foi uma crise também com delírios, alucinações, isolamento. Fiquei um mês internado. Foi aí que comecei a me tratar de esquizofrenia de fato. Além das medicações, fazia psicoterapia, terapia ocupacional e prestei vestibular para filosofia na USP. Passei. Sentia-me tão bem que disse: "Superei a esquizofrenia. Vou parar com os remédios".
Minha mãe morreu em 2002 e, em seguida, tive a minha quarta crise, que também foi controlada com remédios. É como começar do zero.
Entre 2003 e 2007, participei de um grupo de pacientes com esquizofrenia em que discutíamos a doença, as vivências, as formas de comunicação. Em 2005, o [psiquiatra] Rodrigo Bressan me convidou para participar das aulas dele contando a minha experiência pessoal, sobre o estigma. Em 2007, surgiu o projeto do livro sobre direitos de pacientes com esquizofrenia.
Foi um processo de criação intenso durante 18 meses. Em 2008, o Rodrigo me convidou para deixar de ser paciente e entrar para a equipe dele. Foi uma grande oportunidade.
No início do ano passado, fui palestrar em Londres sobre o nosso trabalho. Quando estava voltando, fizemos uma escala em Madri.
Sentia muita dor na perna e pedi uma cadeira de rodas. Esperei e nada.
Tirei a perna mecânica, coloquei na bolsa e fui pulando até a sala de embarque. Todo esse estresse me levou à quinta crise. Ela foi rapidamente controlada, mas é um processo difícil retomar a rotina anterior, ressignificar as coisas para que a vida faça sentido.
Depois das crises, tenho que renascer das cinzas. Muitas pessoas desistem. Precisa de uma grande dose de esforço para reconstruir a vida.
A medicação ajuda, mas não é garantia. Consigo lidar com as demandas da vida, mas nunca sei se o que sinto é ou não da doença.
Não ouço mais vozes, mas tenho autorreferência. Penso que tudo ao meu redor tem a ver comigo. Se ouço um barulhinho lá fora, acho que pode ter câmera escondida.
Se as pessoas estão conversando no corredor, acho que estão falando sobre mim.
O delírio é inquestionável, você acredita nele. Mas tenho clareza do que é autorreferência, deixo para lá.
Tenho que saber os meus limites. O referencial para a gente é o mundo exterior, a relação das pessoas.
Muitas vezes, o início das crises não é percebido. Por isso é importante dividir com o médico, com a família.
O estigma também é muito prejudicial. Ser apontado como o louco ou ser desacreditado só piora. A esquizofrenia é uma doença crônica, que afeta as emoções, os relacionamentos, as vontades.
Tenho sorte de ter uma família unida, que me apoia. Isso dá sentido à minha vida.
Olho para trás e confesso que me sinto frustrado por ter começado duas vezes física, em duas das melhores universidades, e não ter concluído.
Mas fico feliz com o trabalho de poder ajudar outras pessoas com a minha história. As pessoas sofrem no Brasil pela falta de locais para a troca de informações.
Minha meta agora é construir uma rede de associações de apoio a pacientes com esquizofrenia.
Eu não sou só a doença, e a doença não me define.
Tenho que lidar com a esquizofrenia, mas ela não é a parte mais fundamental da minha vida."
Fonte: Folha de São Paulo

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Hospital promove carnaval da inclusão para pacientes internados


Mesmo estando internados, os pacientes do Hospital Psiquiátrico Professor Severino Lopes(HPPSL) estão podendo sentir toda a emoção e a magia do Carnaval. É que a instituição se encontra em festa, com os ensaios para prévia carnavalesca que acontece nesta sexta-feira(17). O evento que se inicia às 8h30h, na área de recreação e sairá pelas ruas no entorno do hospital, promete levar, ainda mais, descontração, inclusão e socialização aos que estão internados e também aos familiares, amigos e funcionários.

A banda formada pelos próprios pacientes, com um apoio de um carro de som, ficará encarregada de animar a festa. Essa atração musical é coordenada pelos setores de musicoterapia e pedagogia. A atividade interdisciplinar ajuda em vários aspectos do tratamento desenvolvido no hospital.

O musicoterapeuta, Eduardo, falou sobre o trabalho realizado com a banda.  As datas comemorativas do calendário anual são consideradas oportunidades para trabalhar aspectos psicossociais dentro do âmbito hospitalar.  Trabalhando com elementos rítmicos e músicas do carnaval que fazem parte da vivência sociocultural, nos permite resgatar, no momento do processo terapêutico, parte da história dos participantes onde estes elementos podem funcionar como estruturas organizadoras e assim adquirir um valor significativo como recurso terapêutico", disse Eduardo.

A festa também continuará durante os dias de carnaval com apresentações da banda na área de recreação da instituição.



segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Filme com Jack Nicholson é tema de debate sobre saúde mental.

A estação NET Gávea apresenta sessão de Um Estranho no Ninho. O evento é parte de um projeto desenvolvido pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com a Associação Psiquiátrica da América Latina (APAL), com o objetivo de levar ao cinema títulos que tratem sobre saúde mental para combater os estigmas sobre o assunto.
Fonte: http://vejario.abril.com.br/cultura-lazer/filme-com-jack-nicholson-e-tema-de-debate-sobre-saude-mental/



terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Conhecendo um pouco mais sobre a Síndrome do pânico


          A síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente, quem sofre do Transtorno de Pânico sofre crises de medo agudo de modo recorrente e inesperado.
As causas exatas da síndrome do pânico são desconhecidas, embora a Ciência acredite que um conjunto de fatores possa desencadear o desenvolvimento deste transtorno, como:
genética, estresse, temperamento forte e suscetível ao estresse, mudanças na forma como o cérebro funciona e reage a determinadas situações.
As crises de pânico geralmente manifestam os seguintes sintomas: sensação de perigo iminente, medo de perder o controle, medo da morte ou de uma tragédia iminente, sentimentos de indiferença, sensação de estar fora da realidade, dormência e formigamento nas mãos, nos pés ou no rosto
Palpitações, ritmo cardíaco acelerado e taquicardia, sudorese, tremores, dificuldade para respirar, falta de ar e sufocamento e outros. As duas principais formas de tratamento para esse transtorno é por meio de psicoterapia e medicamentos.
Fonte: http://www.minhavida.com.br/saude/temas/sindrome-do-panico

Conhecendo nossa equipe


           Para que tudo funcione corretamente no dia a dia do Hospital Severino Lopes, existe a equipe de manutenção e Daniel de Lima faz parte dessa equipe há quase 4 anos, Daniel é encarregado da manutenção, mas também já foi almoxarife, apontador de produção, entre outras funções, na sua vida profissional. Dentre as várias atribuições do setor, ele é responsável por distribuir tarefas aos funcionários da manutenção, conferir serviços executados, entregar material, ferramentas e equipamentos, conferir o funcionamento dos equipamentos, fazer vistoria em todo o prédio, identificar e consertar danos causados por pacientes ao patrimônio da instituição.
Para Daniel é uma realização trabalhar no HPPSL " me sinto realizado em poder contribuir com o bom funcionamento das instalações internas do prédio e poder dar o melhor de mim, para solucionar os problemas de manutenção".

Última missa de 2016 realizada no HPPSL




 A tarde do dia 26/12/2016 
foi marcada pela celebração da última missa do ano no HPPSL, muita oração, música, agradecimentos pelo ano que se encerra e preces para o novo ano que está por vir. Após a santa missa houve um lanche com cachorro quente, bolo e refrigerante, organizado pela equipe voluntária da paróquia de São João Batista.

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